Você já reparou que às vezes está metido numa confusão com alguém da família, no trabalho ou com um vizinho e nem sabe mais como isso começou? Muitas vezes o motivo da briga, ou do mal entendido, é tão bobo que você se pergunta: como posso fazer para acabar com isso? Infelizmente opções inconsequentes são as mais frequentes. Somos treinados para a cultura do conflito.

Chegou a hora de mudar essa postura. Temos que cultivar uma maneira mais civilizada e fácil de viver: Olhar o outro, estar preocupado em servir, em compreender todos os lados da questão. Temos de evitar a postura reativa. Afinal, mamãe sempre dizia que não é “o que se fala” que provoca os atritos, mas “como se fala”. Essa é a base da comunicação não violenta uma das ferramentas da Mediação de Conflitos. Entender isso nos levará fatalmente à Cultura da Paz!

Está na moda falar de Mediação de Conflitos, de Conciliação, mas qual é o real significado disso? No Brasil, tradicionalmente, não temos o costume de tentar resolver as questões de forma amigável.  No entanto, a medida que a sociedade evolui, novas formas de solução de conflitos são criadas e as antigas melhoradas. Trata-se de uma mudança de cultura através da humanização da justiça, mais coerente com as transformações contemporâneas. A Mediação e a Conciliação figuram como métodos alternativos e práticos para a solução de conflitos, permitindo o alcance da pacificação social com a mínima interferência do estado.

A Mediação é de origem antiga. Mediar significa dividir ao meio e advém do latim mediare. Tem por objetivo a manutenção das relações sociais e o exercício da responsabilidade. É um procedimento informal onde ambas as partes devem abrir mão de parcela ou da totalidade de seu interesse, a fim de solucionar o conflito. A condução deve ser realizada por um terceiro que detenha neutralidade, não decida e nem imponha decisão alguma, mas ajude as pessoas envolvidas a chegarem a um ponto comum.

A Conciliação é um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes confiam a uma terceira pessoa, a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo. O conciliador é uma pessoa  que atua como facilitador do acordo entre os envolvidos, criando um contexto propício ao entendimento mútuo.

Da próxima vez que alguém nos aborrecer,  vamos respirar fundo e tentar ser mais objetivo. Sabemos que é difícil lembrar da Cultura de Paz, afinal a gente quer mesmo é resolver “ali” e “agora”. Entretanto, é importante. Vamos ter um pouco de humildade, tentar mudar de paradigma e, só por uma vez, não reagir. Você verá que o ganho para a sua vida será bem maior do que a satisfação de não “levar o desaforo para casa”. E se mesmo assim, não deu pra segurar, já desandou e não dá mais para controlar e nem aguentar aquela situação, vamos procurar alguém, um profissional, para nos ajudar a restabelecer a comunicação. A vida é boa quando acordamos de manhã e queremos levantar da cama e viver! Mas quando dá aquela vontade de virar pro outro lado ao lembrarmos do que teremos que enfrentar no dia a dia, não vale a pena…

Pense nisso e procure conhecer outras maneiras de exercer a possibilidade de ser mais feliz!

Ayrton Luiz Bicudo é formado em arquitetura e atuou como produtor de eventos, cenógrafo, diretor de arte e coordenador editorial. Atualmente, com formação em mediação e conciliação na ESMP – Escola Superior do Ministério Público e pelo G5 em SMTO – Sistema de Mediação Transformativa Organizacional, atua como mediador judicial na Promotoria de Santana, atende casos na iniciativa privada e edita livros

Fonte: Centro da Cultura Judaica

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